sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Capítulo 5- Paixão de infância

Fiquei com a ideia de Augusta na cabeça, será que eu deveria mesmo convidar João pra ir á São Paulo comigo? Sem duvidas, seria importante pra mim ter a presença de alguém tão especial, restava saber o que ele pensaria sobre o assunto, não sei se teria coragem para convidá-lo, essa era a maior questão, o meu maior medo. Peguei no celular umas cinco vezes na intensão de falar com ele no whats, mas acabava desistindo da ideia e dormi sem falar com ele, achando melhor assim.
Acordei na manhã seguinte, coincidência ou não, havia uma mensagem de Guta no whats, o que ela queria comigo? Sorri só de imaginar qual seria o conteúdo da conversa, com toda certeza, João

Gutinha

Me diz que tu já chamou João pra viajar contigo, amiga! Bom dia hahaha
Meu Deus, que menina apressada, credo! Eu ainda estou pensando sobre o assunto, mas possivelmente não vou chamá-lo nem sei se ele está disposto á viajar comigo, né?
Helena Monteiro, não faço isso comigo, tu precisa convidar João sim, ele quer ir contigo amiga, ontem quando vocês foram embora nós ficamos conversando durante horas lá no jardim e, adivinha qual foi o assunto? Você, é isso mesmo, você!
Ai Augusta, eu não sei, para de fazer confusão na minha cabeça, tá? Tu tá me fazendo imaginar coisas que eu não posso, não devo, então, esquece esse assunto, por mim!
Não Helena, larga de bobagem, eu já até sei o que você tá imaginando, sempre soube, por isso tô querendo ajudar vocês dois, mas me ajudem também, visse? Convida ele, amiga, por favor!
E se ele disser não? Eu vou ficar com a maior cara de bunda e culpa vai ser tua, Helena!
Ele não vai falar não, tenho certeza disso, convida, criatura, anda logooo!
Eu converso com ele depois, tá? Prometo pra você!
Que depois o quê? Tu já viaja amanhã, Helena, tem que conversar com ele é hoje, agora amiga, não perde tempo!
Tu já me convenceu á convidar ele, agora, pode deixar que eu me viro, tá? Eu vou saber a hora certa de chamar ele, relaxa!
Só vou relaxar depois que você convidar ele, amiga, mas tudo bem, vou parar de te importunar com esse assunto! Hahaha
Acho bom mesmo, tu estás muito interessada nessa historia, sei não, visse? Kkkkk
Sabe de nada mesmo não, eu que sei de tudo kkkkkk mas, mudando de assunto, vai fazer o quê do dia?
Acho que nada, só vamos pra missa á noite e você? Vais ficar com Pedro?
Já estou aqui com ele, tadinho, demorou pra dormir ontem á noite, tá dormindo agora. Vem pra cá, Leninha!
Vou não, Gutinha, vocês precisam de um momento só de vocês, a casa passou todos esses dias lotada de pessoas, todo mundo precisa descansar!
Você é como se fosse da família e, eu tenho certeza que a sua presença iria fazer bem pra todo mundo, deixa de bobagem e venha pra cá, visse? Vou chamar Duda pra gente ir te buscar!
Não precisa, maluca, se eu for, peço painho pra ir me deixar, visse? Não vá incomodar ninguém com isso! Até mais tarde!

Encerrei minha conversa com Guta e fiquei sorrindo, essa minha amiga é muito maluquinha mesmo, meu Deus do céu, deixei o celular de lado e, em questão de segundos minha mãe entrou no quarto
Monise: Bom dia, minha princesa!- eu ri, ela sentou na pontinha da cama depositando um beijo na minha testa em seguida
Helena: Bom dia, mainha, dormiu bem?
Monise: Eu que deveria te fazer essa pergunta, dormisse bem?- arqueou a sobrancelha e eu ri
Helena: Dormi sim, Augusta me falou umas bobagens no whats e eu dormi sorrindo do que ela falou, visse? Ela não é normal!- balancei a cabeça negando
Monise: Posso saber que bobagens foram essas?
Helena: Ai mainha, se eu contar pra tu, tu vais achar é graça, visse? Coisas de Guta!
Monise: Gosto nem de imaginar, mas me conte, quero saber o que ela aprontou dessa vez!
Helena: Ai meu Senhor, eu tô morrendo de vergonha, mas lá vai- cocei a cabeça nervosa e minha mãe fez sinal pra que eu pudesse continuar- Ela disse pra mim convidar João pra ir pra São Paulo comigo!- pus as duas mãos no rosto e minha mãe sorriu
Monise: Convidar só por convidar ou por algum outro motivo que eu não tenha percebido? Me conta melhor essa historia, filha!
Helena: Não tem nada demais, mainha- dei ombros- João tem sido um anjo na minha vida, assim como todos vocês, tem me ajudado, me dado carinho, vive me carregando no colo, acho que por isso a Guta colocou na cabeça que ele pode estar á fim de mim, mas é bobagem dela!
Monise: Tu já falasse com ele pra saber se é bobagem dela?- olhei surpresa pra minha mãe, até ela?- Filha, ele pode estar fazendo isso porque gosta de você, pense nisso!
Helena: A senhora tá entrando na mesma viagem que a Augusta- ri- É obvio que ele gosta de mim, mainha, como amigo!
Monise: E se não for assim? Ele pode gostar de você mais do que isso!
Helena: Mainha, acho melhor a senhora chamar o painho pra me ajudar, pra gente ir tomar café, visse? Essa conversa já rendeu demais!- mudei de assunto
Monise: Como você quiser, filha, mas não pense que adianta fugir do assunto, tá?- eu ri, ela levantou da cama e saiu do quarto, logo voltou com meu pai
Mauro: Olha só, que sorriso mais lindo- me pegou no colo, sentou-me na cadeira e beijou minha testa- Bom dia, minha boneca!
Helena: Bom dia, seu Mauro, bom dia!- ri, ele foi empurrando minha cadeira pra cozinha e minha mãe foi logo atrás da gente, quando chegamos na cozinha a mesa do café da manhã já estava posta- Bom dia, Carlinha, linda!- ri, meu pai me pegou no colo novamente, me colocou sentada na cadeira da mesa da cozinha e nós começamos á tomar nosso café
Carlinha: Leninha, fiz tapioca com banana, porque sei que tu adora!- eu ri e joguei beijo pra ela
Helena: Ai gente, eu posso levar a Carlinha pra São Paulo comigo? Ela cuida tão bem de mim!- meus pais sorriram
Monise: E como a gente fica aqui, filha? Vamos procurar alguém pra cuidar de você por lá!
Carlinha: Nem acredito que tu já vai sair de casa, de novo, Leninha, mal chegou!- trouxe um copo de vitamina pra mim e fez bico
Helena: Vou sim, Carlinha, preciso me cuidar, mas quando eu voltar, vai ser pra valer!- meus pais sorriram
Mauro: Assim eu espero, visse? Sentia tanta falta de você aqui, filha!
Helena: Eu também sentia muita falta de vocês, mas eu estava feliz, sabe? Era o meu sonho, um dos melhores que eu já vivi, pena que acabou tão cedo!- minha voz embargou
Monise: Ou não acabou, né? Se tornou eterno e, você viveu esse sonho, filha, isso é o que realmente importa!- eu ri e joguei beijo pra ela, minha mãe sempre sabe as palavras certas pra usar
Helena: Mainha, o doutor Lucas deu uma previsão de quanto tempo eu vou ter que ficar em São Paulo?- fiz careta
Monise: Filha, ele disse que vai depender da sua adaptação com a prótese, quando você já estiver conseguindo caminhar sozinha, aí vai estar preparada pra voltar pra casa!
Carlinha: Do jeito que é teimosa, não vai demorar muito pra isso acontecer, tenho certeza!- rimos
Helena: Deus te ouça, visse Carlinha? Deus te ouça, vou me esforçar pra isso!
Mauro: Amém, filha!- terminamos de tomar nosso café falando sobre a minha ida pra São Paulo [...] Hoje, eu fiquei o dia inteiro em casa com os meus pais, vez ou outra a minha mãe falava sobre o João e olhava pra mim, uma comedia essa dona Monise, Augusta e Larinha insistiram pra que eu fosse encontrar com elas na casa de Renata, mas eu recusei, disse que só iria sair de casa na hora de ir pra missa, pois é, hoje é a missa de sétimo dia de Dudu e das outras vitimas do acidente, escrevi uma pequena homenagem pra eles, mas ainda não sei se terei coragem para ler lá na frente, acho que vou pedir alguém pra ler em meu lugar- Filha, estás pronta?- entrou em meu quarto assim que eu terminei de amarrar meu cabelo
Helena: Já sim, painho, você e mainha já estão prontos?- olhei-o e ele assentiu- Então, vamos, né? Acho que a missa começa sete e meia!
Mauro: Vamos sim, só estávamos esperando por você!- eu ri, ele empurrou minha cadeira e fomos pra sala
Monise: Preparada pra enfrentar mais essa, filha?- levantou do sofá e segurou minhas duas mãos
Helena: Eu preciso estar preparada, né?- ela riu fraco, a Carlinha chegou ali na sala, fomos pra garagem, meu pai me colocou no carro, pus o cinto, minha mãe fechou a casa só então nós saímos rumo á igreja de Casa Forte, o transito não ajudou muito, já deu pra perceber que a missa vai ser lotada, chegamos á igreja, meu pai estacionou e Geraldo abriu a porta do carro
Geraldo: Vamos?- assenti, ele me pegou no colo, minha mãe abriu minha cadeira de rodas- Acho melhor entrar com ela no colo, Monise, tem muita gente!- minha mãe assentiu
Mauro: Pode deixar que eu levo ela, Geraldo!
Geraldo: Pode ir entrando, Mauro, eu fiquei aqui fora esperando vocês pra poder ajudar com a Helena, eu levo ela!- eu ri em meio as minhas lagrimas, se as pessoas soubessem o quanto importante pra mim ver todo esse carinho e cuidado que eles tem comigo, depois de um pequeno tumulto o Geraldo conseguiu entrar na igreja comigo no colo- Quer sentar perto dos meninos?- apontou pra tia Renata
Helena: Melhor não, é um momento só deles, eu sento perto de você e de Cristina!- ele assentiu, fomos pro banco que Cristina estava sentada, ele me sentou ao lado dela e sentou ao meu lado, assim que me viu a Cristina depositou um beijo em minha testa
Cristina: Tais melhor?- apenas assenti, ela enxugou minhas lagrimas, dei um aceno pros meninos, a missa começou e foi emoção do inicio ao final, muita emoção mesmo- Guta me disse que tu quer ler uma homenagem que fizeste pra Eduardo, estás preparada?- respirei fundo e assenti- Geraldo, você fica com Helena no altar enquanto ela ler a mensagem?- Geraldo assentiu, levantou do banco e me pegou no colo, era perceptível que todos me olhavam, José, Pedro, Duda, João e Pedro, também estavam no altar, recebi um beijo na testa de todos eles
João: Pode deixar que eu seguro ela, Geraldo!- Geraldo assentiu, João me pegou no colo, percebi ele um pouco quente, achei estranho, mas nem comentei nada- Preparada?- assenti, Pedro pegou o microfone, segurou o mesmo perto da minha boca, peguei meu celular, abri o bloco de notas e comecei á ler
Helena: Ando me perguntando quanta saudade cabe em sete dias e, de verdade, não tenho conseguido encontrar a dimensão dessa saudade, dessa falta, dessa vontade de ter vocês de volta, há sete dias atrás eu perdi sete amigos, as famílias perderam sete homens, o Brasil perdeu sete cidadãos, que impulsionados por um único sonho, estavam juntos lutando para melhorá-lo. Cada um dia tinha um jeitinho especial de me tratar, de me pedir um favor, cada um deles soube cativar seu espaço em meu coração e, hoje eu me pergunto, como esse espaço vai ser preenchido? Eu penso que vocês não poderiam ter ido tão cedo, tão de repente, mas eu agradeço á Deus, porque vocês se foram felizes, era notável a nossa felicidade, a nossa euforia, a nossa vontade, o nosso desejo de dias melhores, eu tenho certeza que a tempestade vai passar, que os dias melhores vão chegar pra todos nós que aqui estamos, sei que assim como eu, muitos estão sem encontrar um porque, realmente, não existe um motivo pra essa perca, são os planos de Deus se cumprindo em nossas vidas. Para que as promessas que Ele tem pra nós sejam cumpridas vai ser necessário que tenhamos fé, união e muito amor, nós vamos correr atrás dos nossos sonhos e dos sonhos daquele que nos ensinou á sonhar. Eu agradeço á Deus, porque á sete dias Ele tem me sustentado, tem me mantido firme na caminhada e, agradeço porque agora eu tenho vários anjos no céu que, sem duvida alguma, estão cuidando e confortando á todos nós. Obrigada!- Pedro tirou o microfone e João me apertou em um abraço, ele estava chorando, assim como eu
Pedro: Obrigado por ter cuidado dele, visse?- alisou minhas costas, estávamos todos chorando
Helena: Não precisa agradecer, você bem sabe o quanto eu amo vocês, o quanto eu amava seu pai!- Duda enxugou minhas lagrimas e nós saímos do altar sob os aplausos de todos que estavam na igreja
Zé: Nós que te amamos, Leninha!- eu ri fraco pra ele, nos sentamos no banco e João me sentou no colo dele, recebemos a benção final, depois os cumprimentos das pessoas que estavam na igreja e vinham falar conosco
Helena: João, pode me colocar sentada no banco, levanta pra falar com o pessoal fica melhor pra tu!
João: Assim tá bom, Leninha, eu tô sentindo uma fraqueza, acho melhor ficar sentado mesmo!- eu enxuguei algumas lagrimas que estavam molhando o rosto dele, coloquei minha mão em sua testa confirmando minhas suspeitas, ele estava com febre
Helena: Tô achando que tu estás com febre, visse? Quando chegar em casa é bom verificar, tá?- ele assentiu [...] Estamos indo pra casa de tia Renata, eu vim por muita insistência dela e de Augusta, pra variar, né? Estou no carro com Pedro, Guta, Zé e Rodolfo- Depois só quero saber quem vai me levar em casa, visse?
Rodolfo: Se preocupa com isso não, eu levo, pequena!- piscou pra mim e eu ri
Zé: Leninha, tu vai mesmo pra São Paulo amanhã?- fez um bico lindo e eu apertei a bochecha dele
Helena: Isso mesmo, Zé, eu vou amanhã, mas logo, logo eu tô de volta, pra ficar!- ele sorriu, que sorriso lindo o desse menino
Guta: Vou sentir saudade de você, meu encosto!- joguei beijo pra ela, chegamos na casa de tia Renata, Pedro estacionou o carro na garagem e o Rodolfo me tirou do carro
Rodolfo: Tu estás amando isso, né baixinha? Ficando alta no colo dos outros!- eu ri e dei um tapinha nas costas dele que logo me colocou na cadeira, ele foi empurrando a mesma até a sala onde estavam tia Renata, Duda, Tomás
Renata: Que bom que vocês chegaram, estávamos esperando vocês pra jantar!- levantou do sofá e nós fomos indo em direção á cozinha- Leninha, teus pais vão chegar depois, visse? Eles vem te buscar aqui!- piscou pra mim e eu assenti
Helena: Tia, cadê João?- ela olhou pra mim e sorriu, eu não entendi
Renata: Ele chegou aqui com um pouquinho de febre, cansado, tomou um remédio e foi se deitar, quer ir lá falar com ele? João anda tão calado hoje, acho que mais triste!
Helena: Será que eu posso ir lá?- ergui a sobrancelha e ela assentiu- Guta, tu me leva?- ela assentiu, empurrou minha cabeça até o quarto de João, eu bati na porta
João: Quem é?
Helena: Sou eu, João, a Helena!
João: Já vou indo!- ele abriu a porta, estava com uma carinha de cansado mesmo e com os olhinhos marejados, olhou pra mim e pra Guta- Pode deixar que agora eu assumo, visse Guta?- ela assentiu e saiu, João empurrou minha cadeira pra dentro do quarto, colocou-a próxima a cama, me pegando em seu colo- Prefere deitada ou sentada?- dei ombros, ele riu fraco- Acho que sentada fica melhor pra você- me sentou na cama e me ajudou á encostar na cabeceira, depois sentou de frente pra mim- Já jantasse?
Helena: Ainda não, tia Re me disse que tu estás com febre, vim saber se estás bem- fiz carinho no rosto dele
João: Eu nunca estive tão mal quanto estou hoje, acho que chegou o meu momento de fraqueza, sabe? Minha única vontade é ficar deitado aqui, tentar esquecer um pouco tudo isso!- começou á chorar
Helena: Ninguém consegue ser forte o tempo inteiro, uma hora a armadura cai, acho que chegou a tua hora, mas tu sabes que é impossível esquecer o que nós estamos vivendo, né? Não tem como!
João: Eu queria, pelo menos tentar, tá uma dor insuportável hoje, uma saudade que eu nunca senti!- eu abracei do jeito que consegui e fiquei fazendo carinho no cabelo dele
Helena: Vai passar, confia em Deus, tá?- desfiz nosso abraço e enxuguei as lagrimas dele- Eu sei que esse não é o momento, mas eu tenho um convite pra te fazer
João: Que convite? Pode falar!
Helena: Vamos pra São Paulo comigo amanhã? Pode fazer bem pra você!- ele riu e eu não entendi o porque
João: Eu já estava quase me auto convidando pra ir com você- eu ri- Seu convite está mais que aceito, eu tô precisando mesmo me afastar um pouco, vai me fazer bem!
Helena: Então, quer dizer que eu tenho companhia em São Paulo?- rimos
João: Acho que sim- segurei as duas mãos dele com muita força- Eu quero poder te ajudar em tudo, tenho certeza que meu pai vai ficar feliz com isso!
Helena: Você tem sido um anjo que ele colocou no caminho, obrigada!
João: Quando a gente voltar vou começar á me empenhar na campanha, vamos juntos em mais essa, né?
Helena: Em mais essa campanha, tenho certeza que nós vamos sair vitoriosos mais uma vez!- rimos, ficamos recordando o tempo em que fomos militantes na campanha de Geraldo
João: Eu tenho uma foto de nós dois aqui, acho que foi em algum comício de Geraldo, peraí!- ele riu, pegou o celular e me mostrou a foto
Helena: Meu Deus, João, que foto antiga- eu ri- Me envia, por favor?- ele assentiu, me enviou a foto e eu resolvi postar


helena_monteiro Não é de agora, você sempre foi luz no meu caminho. Obrigada por tudo, João!
@tomastalencar Essa foto é bem recente, né? Hahaha

@geraldojuliooficial Os melhores militantes!

@laraosantana Lindos!

@aregobarros Luz!

@louise_miranda Amiga, acho que ela tá pegando o filho do Eduardo Campos @jubsazevedo

@jubsazevedo Será? Se for, ela tem muita sorte, porque ele é lindo!

@peedrocampos Foto bem recente, né?

Parei de ver os comentários, o João estava lendo junto comigo
João: Tem um monte de gente pensando que a gente tá namorando, né?
Helena: Pior que tem mesmo!- fizemos careta- Mas, mudando de assunto, tu deveria criar um instagram, é muito bom!
João: Eu não sou muito fã dessas modernidades, mas depois tu me ensina como cria um?- assenti, fiquei fazendo companhia á João até que ele dormiu, mandei mensagem pra Guta no whats pra ela ir me ajudar e assim ela fez
Pedro: Faz muito tempo que ele dormiu?- apontou pra João e me pegou no colo
Helena: Não, assim que ele dormiu eu chamei a Guta!- fomos pra sala, meus pais ainda estavam a minha espera, contei á eles que João viajaria comigo, tia Renata amou a ideia, disse que ele estava mesmo precisando se distrair [...]
20 de agosto, São Paulo, Brasil
Uma semana após a tragédia eu desembarquei em São Paulo, dessa vez juntamente com João, acabamos de entrar no taxi pra irmos pro apartamento que meus pais compraram á pouco tempo aqui
João: Antes da gente ir pro apartamento pode dar uma passada no Ibirapuera?- me olhou e eu assenti, estava cansada, mas não negaria isso á ele, o taxista nos levou até o parque, João desceu do carro e me pegou no colo
Helena: Acho que tu estás esquecendo minha cadeira, visse?- ri assim que nós entramos no parque, ele pediu pro taxi nos aguardar
João: Não vai  precisar, nem vamos demorar muito aqui!- ele me sentou na grama e sentou de frente pra mim, ficamos alguns instantes admirando a paisagem
João e Helena: Obrigado!- falamos ao mesmo tempo e sorrimos
Helena: Eu que preciso te agradecer por você estar aqui, é muito importante pra mim
João: Pra mim também, pode ter certeza!- eu ri- Ô moça- ele chamou a menina que estava passando perto de nós dois- Tem como você tirar uma foto de nós dois?- a menina assentiu, João entregou o celular pra ela, me pegou no colo, me segurou pela cintura, a menina tirou a foto, agradecemos e, finalmente, fomos pro apartamento [...] Tomei meu primeiro banho sozinha, o que já é uma evolução, foi complicado, doloroso e cansativo, mas deu tudo certo, agora, estou aqui na sala assistindo um filme com João enquanto a nossa pizza não chega
Helena: Me passa aquela foto que nós tiramos no Ibira, por favor!- falei enquanto fazia carinho no cabelo dele, ele me enviou a foto e eu postei

helena_monteiro Tem me ajudado á dar passos importantes, tem me colocado de pé sempre que eu preciso, tem sido a luz da minha estrada, eu não tenho palavras pra te agradecer. Tenho certeza que você é um presente de Eduardo pra mim. Obrigada, luz!
@falcao_aline Eles estão ficando, tenho quase certeza! Olha essas carinhas!

@ceciliaramos Ele é luz pra todo mundo. Já estamos com saudade de vocês!

@augustamcarneiro Meus lindos!

@rodolfoloepert Larguem de bobagem, visse? Lindos!

@cristina40mello Esses sorrisos são maravilhosos!

@maurovaladares Logo, logo a gente chega, filha! Amamos vocês!

Cansei de ler os comentários, fiquei falando com Guta no whats e o João sorriu
Helena: Que é tu estás rindo, hein?- apertei o nariz dele
João: Rodolfo quer que a gente fique, tá me dando uma pressão aqui, disse que eu tô perdendo tempo!- rimos
Helena: Acho que ele anda conversando muito com Guta, ela tá com essa mesma ideia maluca!- ri, ele sentou no sofá e ficou de frente pra mim
João: E a se gente ficar?
Helena: Acho que eu vou relembrar que você sempre foi minha paixão de infância!- dei ombros e ele riu
João: Sério isso?- pus as duas mãos no rosto, morrendo de vergonha
Helena: Muito sério, tu foi a minha paixão de infância, João!
João: E tu estás de tornando a minha paixão de adulto, será que a paixão de infância vale pra agora?- eu ri, ele fez carinho no meu rosto
Helena: Eu não faço ideia!
João: Mas nós podemos descobrir, visse? É muito fácil!
Helena: Posso saber como?- sem que eu estivesse esperando ele me surpreendeu com um beijo


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