Capítulo 26- Susto

João e Letícia correram até faltar o folego, eu estava deitada na minha cama, apenas, sorrindo dos dois até que o João se jogou ao meu lado e selou nossos lábios

Helena: Cansasse já?- sorri e brinquei com o nariz dele

Letícia: Já?- se deitou ao meu lado fazendo com que eu ficasse no meio deles dois- Ele quase me mata de correr dentro desse quarto, acho que não vou me recuperar nem tão cedo- rimos

João: Isso é pra tu aprender á não ficar postando foto da gente sem permissão, intrusa!- jogou um travesseiro nela

Helena: Achei foi bem feito, tinha nada que ficar postando foto das nossas intimidades, da próxima vez eu ajudo o João á correr atrás de tu, visse?

Letícia: Olha, vocês me poupem desse drama, porque foi só uma simples vingança em vista ao que vocês fizeram comigo, tá?- fez bico

João: Oxi, mais ninguém fez nada contigo, nós só te contamos os fatos, miga- fez voz de mulher e nós sorrimos

Letícia: Miga, é o seu rabo, João Campos-eu ri- Vou tomar banho pra ir me arrumar, porque eu ganho muito mais, sabe?- levantou da cama e jogou beijo pra gente

João: Vai lá, insuportável, aproveita e demora bem muito, tá?- a Letícia revirou os olhos, sorriu e entrou no banheiro

Helena: Sabe que se ela demorar nós vamos chegar atrasados no comitê, né?- ele selou nossos lábios e deitou encima de mim

João: A gente ainda tem muito tempo, deixa ela demorar só um pouquinho, não faz mal- começou á distribuir beijos pelo meu pescoço me deixando completamente arrepiada

Helena: João, João- falei tentando repreendê-lo, mas completamente envolvida por seus beijos que ficavam cada vez mais intensos

João: Confia em mim, amor, vai dar tudo certo!- assenti e me deixei envolver, ele colocou as mãos por baixo da minha blusa e começou á acariciar meus seios, eu estava achando maravilhosa aquela sensação de sentir o toque dele no meu corpo, até que fomos assustados pela Letícia forçando uma tosse, o João tirou a mão de dentro da minha blusa de uma vez

Letícia: Agora eu entendi porque os safadinhos queriam que eu demorasse no banho, né?- colocou a mão no queixo de fingindo de pensativa, eu revirei os olhos- Me sorry, casal, eu não queria atrapalhar vocês juro!- falou prendendo o riso

João: Mais já atrapalhou, né dona Letícia?- se fingiu de sério e nós sorrimos

Letícia: Sério que vocês queriam transar á essa hora da manhã? Não creio!- falou assustada, eu morri de vergonha e o João sorriu

Helena: Letícia, cale a boquinha e vá se vestir, ande logo!- joguei um travesseiro nela

Letícia: Claro, mãe, agora mesmo- falou cínica e eu revirei os olhos- Mais, nada de tentarem fazer sexo enquanto eu estiver no closet, ok? Ok!- entrou no closet sorrindo, eu olhei pro João

João: Só me responde uma coisa, tá?- assenti- Não fica com vergonha, isso é normal, a Letícia é nossa amiga e entende que nós ainda estamos passando por todo um processo de adaptação no nosso relacionamento-fez carinho no meu rosto- E, tu estavas gostando?

Helena: É uma sensação muito nova pra mim, eu nunca passei por isso antes, nunca vive uma situação parecida com essa, mais foi maravilhoso, simplesmente, pelo fato de ser com você, obrigada por tá me tornando ainda mais mulher- ele riu e me puxou pra um beijo rápido

João: Eu te amo muito- encerrou o beijo com selinhos e nós sorrimos- Agora, vá tomar banho e se arrumar, vamos tomar café da manhã lá em casa, visse? Porque eu ainda preciso me arrumar- fiz careta e assenti

Helena: Toma banho comigo, aí tu já vai banhado daqui, chegar lá só troca de roupa- dei ombros

João: Melhor não, vou só ficar pegando roupa emprestada do teu pai, pode deixar que quando chegar lá em casa eu tomo banho rapidinho, tá?- brincou com meu nariz e eu assenti- Agora, vai lá tomar teu banho!- riu, eu levantei da cama, calcei meu chinelo, fui pro banheiro, entrei, fechei a porta, me despi, entrei no box, tomei um banho moderado, me enrolei na toalha, saí do box, escovei os dentes, voltei pro quarto, a Letícia e o João estavam sentados na cama

Letícia: Ô Helena, já pode arrumar outra pessoa pra namorar, viu? Esse João é insuportável- eu ri e o João revirou os olhos

João: Ô Letícia, larga de ser abusada e vá tomar seu café da manhã, é o melhor que tu faz- eu sorri e nem falei nada, entrei no closet, vesti minhas peças intimas, uma calça jeans, uma camiseta amarela, calcei uma sapatilha, penteei meu cabelo, ajeitei minha bolsa, passei perfume e saí do closet- Tás pronta, amor?- me olhou e eu assenti

Letícia: Vocês ainda vão passar na casa de tia Renata?- eu e o João assentimos- Então, eu vou no carro da Helena mesmo, porque ainda tenho que tomar café da manhã e nem sei a hora que vocês vão voltar hoje- fez careta e levantou da cama

Helena: Pior que nem a gente sabe o horário que vamos voltar hoje, visse? Até agora só sabemos que vamos pra Quipapá- ela assentiu, pegamos nossos celulares, João levantou da cama e nós saímos do meu quarto, fomos direto pra sala onde meus pais estavam sentados no sofá- Bom dia, meus amores- ri e dei um beijo nos dois- Dormiram bem?

Monise: Não sei como uma pessoa consegue dormir bem com o Mauro roncando a noite inteira- meu pai revirou os olhos e nós sorrimos- Mais, fora isso eu dormi bem e vocês?

Letícia: Tia, acredita que eles dois me trolaram essa noite? Nem dormi direito eu consegui- fez bico e sentou no sofá ao lado da minha mãe

João: Bom saber disso, visse? Vou contar pro Rodolfo!- piscou pra ela e nós sorrimos

Mauro: O que é trolar mesmo?- falou de um jeito todo engraçado

Letícia: Eles mentiram pra mim, tio Mauro, trolar é mentir pra enganar outra pessoa, entendeu?

Mauro: Eu acho que entendi, mais, como foi que eles te trolaram?

Helena: A gente disse pra ele que o Rodolfo tinha ficado com a Soninha Furacão em Orobó, aí a gatinha apaixonada ficou com raiva, acredita, painho?- ri e a Letícia revirou os olhos

João: Eu sou testemunha, tio, ela ficou com raiva mesmo, toda triste!

Monise: Oxe, mais tu falasse que não queria nada com o Rodolfo, Letícia!- falou pensativa

Carla: Desculpe eu me meter, dona Monise- veio vindo da cozinha

Helena: Eita, lá vem bomba, porque a Carlinha é sincera, visse?- ri e ela me abraçou de lado- Pode dar sua opinião, meu amor, tu sabe que é da família- beijei sua bochecha, ela riu

Carla: A Letícia só tá de fogo, mais tá caidinha pelo Rodolfo, pena que parece que ele não quer mais ela, né?- deu ombros

Letícia: Porque parece isso, Carlinha? Não que eu queira alguma coisa com ele!- deu ombros

Monise: Quer alguma coisa com ele não, quer é tudo com ele, olhe essa tua carinha quando fala dele, filha!

Mauro: Também acho, visse? Tás com uma carinha toda boba!- rimos

Letícia: Gente, vamos trabalhar, né? Acho que é o melhor que a gente faz!- falou mudando de assunto

Helena: Isso, muda de assunto mesmo, dona Letícia- ri e ela revirou os olhos- Meus amores, foi ótimo estar com vocês, mais eu e o João já vamos, visse? Ele ainda vai passar em casa pra se arrumar e nós vamos tomar café da manhã por lá mesmo!

João: Até dar uma dor no coração vir aqui e não comer a comida da Carlinha, mais hoje não vai dar tempo mesmo- fez careta e nós sorrimos- Tia e tio, obrigado por terem deixado que eu passasse a noite aqui, visse? Desculpa o incomodo e tio Mauro depois eu devolvo o pijama- meu pai sorriu

Mauro: Tem problema não, João, a casa é sua e tu sabes disso, pode vir sempre que quiser!

Monise: Isso mesmo, João, venha sempre que quiser, nossa casa tá de portas abertas!- o João assentiu, nos despedimos de deles, fomos pra garagem, entramos no carro do João e ele deu partida rumo á casa dele. [...] Já são nove horas da manhã e nós estamos aqui no comitê prontos pra embarcar rumo á Quipapá, onde será o nosso primeiro compromisso do dia

Deinha: João melhorou?- perguntou baixinho, só pra mim escutar

Helena: Eu acredito que sim, Deinha, ele tá um pouquinho melhor hoje, já sorriu um pouco, vamos ver mais tarde- dei ombros

Deinha: Nada que umas boas doses de amor não resolvam, né?- piscou pra mim e eu assenti- Tás sabendo da novidade já?

Helena: Que novidade?- perguntei e o João chegou me abraçando por trás

João: Acho que já até sei de que novidade Deinha tá falando, é que Rodolfo é o novo integrante de nossa equipe!- riu

Helena: Valha, meu Deus, ele que pediu pra mudar?- falei confusa e já imaginando o motivo dessa mudança

Deinha: Pelo que Raul falou, Leninha, foi ele que pediu pra mudar sim!

Raul: Pessoal, vamos lá? Daqui até Quipapá são mais de duas horas e meia de viagem e hoje nós ainda temos que ir pra Escada!- nós assentimos, entramos na van e o motorista deu partida rumo á Quipapá. Eu sentei na poltrona ao lado do João e o Rodolfo sentou na outra poltrona, depois do corredor, ao meu lado

Helena: Pedisse pra mudar de equipe por causa da Letícia?

Rodolfo: Pode até parecer mentira, mais nem foi por isso, eu pedi pra mudar porque gostei de andar com a equipe de vocês ontem e também porque é melhor eu me afastar dela, assim eu não fico alimentando minhas esperanças e esqueço logo de uma vez- deu ombros e eu assenti

Deinha: Tu estavas apaixonado mesmo, Rodolfo?-riu

Helena: Pior que parece que ele tá apaixonado sim, visse Deinha?- rimos e o Rodolfo revirou os olhos

João: Só é uma pena que a Letícia não queira ele- riu

Deinha: É uma pena que ela não saiba o que tá perdendo, porque o Rodolfo é um menino de ouro e que as minas piram- riu

Luciana: Piram mesmo- falou e nós sorrimos

Raul: Ô senhorita Luciana, nada de assanhamento pra cima do Rodolfo, visse? Estamos aqui pra trabalhar!- tentou falar sério mais acabou sorrindo o que nos levou á sorrir também. [...] Chegamos em Quipapá por volta de onze e meia da manhã, descemos da van, cumprimentamos as pessoas que estavam á espera de nossa comitiva e subimos direto pro palanque que estava preparado pra nossa reunião, ficou decidido que Raul e João discursariam

Luiza: Minha gente, é só eu que tô morrendo com esse calor?- se aproximou de mim e do Rodolfo, nós estávamos na parte de trás do palanque

Rodolfo: Se fosse só tu a gente até que dava um jeito, visse Luiza? Mais acho que é todo mundo!

Helena: Pior que é mesmo, também tô morrendo de calor- fiz careta, nós três acompanhamos os discursos até o final. É novidade se eu falar que me emocionei com o João falando? Acho que não, porque é sempre uma emoção diferente, é sempre mais orgulho, sempre ver um tiquinho de Eduardo nele e morrer de saudade, de orgulho, de amor. Como tem acontecido em quase todas as cidades que nós já passamos até agora, depois dos discursos, vários cumprimento, várias fotos, vários abraços, nós fomos almoçar na casa de algum dos correligionários da região e firmar alguns acordos políticos. [...] Após uma tarde inteira em Quipapá onde João e Raul se reuniram com lideranças politicas das cidades vizinhas agora, exatamente, sete e meia da noite nós acabamos de chegar em Escada, onde fomos recebidos por tia Simone, tio Carlos, Larinha e Mariana, descemos da van e fomos direto pra um jantar que havia sido organizado pela JSB de Ipojuca-sede pra gente, o que implica dizer que a Maria Tereza também estará presente no jantar- Deinha, me ajude aqui, tô com um enjoo grande desde que nós almoçamos, acho que eu comi demais- fiz careta, porque eu tava me sentindo um pouco fraca, cansada, sei lá

Deinha: Valha, Leninha, quer que eu chame João pra esperar a gente?- segurou no meu braço e meu olhou preocupada, João estava caminhando um pouquinho mais á nossa frente com tio Carlos, tia Simone e Raul

Helena: Precisa não, é só um enjoo mesmo, não vamos preocupar o João com isso- dei ombros e ela assentiu, nós fomos pro local onde o jantar havia sido organizado, assim que eu entrei com a Deinha o João veio ao nosso encontro

João: Tava te procurando, amor- selou nossos lábios- Eu vim andando com o pessoal e quando te procurei tu tinha ficado pra trás- riu

Helena: Tem nada não, João eu vim atrás com a Deinha- ri fraco

João: É que tu sabe que eu gosto de você aqui do meu lado, né?- brincou com meu nariz e foi a minha vez de selar nossos lábios- Vamos jantar?

Helena: Eu tô sem fome, amor, mais quer que eu faça teu prato pra tu?

João: Tás sem fome?-assenti- Então, sente ali e pode deixar que eu me sirvo, tá?- me deu um beijo rápido, eu fui sentar na mesa com Larinha e Mariana e o João foi se servir

Larinha: Que cara de enterro é essa, Helena?- perguntou assim que eu sentei ao lado dela

Helena: Dor de cabeça, cansaço, enjoo, tudo junto e misturado- ela fez careta- Será que aqui vai demorar muito pra terminar? Hoje, eu confesso que tô nas ultimas já!

Mariana: Já tomasse remédio? Tás com uma carinha abatida mesmo!

Helena: Não tomei nada ainda, porque se eu tomar algum remédio agora o João vai ficar preocupado e eu não quero dar mais uma preocupação pra ele, vou segurar até chegar em casa!

Larinha: Tem certeza que tu vais conseguir, Leninha? É melhor contar pro João!

Helena: Pode deixar que eu consigo- pisquei pra elas e ri fraco, as duas assentiram. Logo nossa mesa se encheu de gente, minha cabeça tava doendo tanto que eu nem conseguia prestar atenção nas conversas, até que o João, que estava sentado ao meu lado, chamou minha atenção

João: Amor, a Maria Tereza tá falando contigo- sorriu

Helena: Pode falar- olhei cínica pra ela

Maria Tereza: Eu tenho uma duvida, posso te fazer uma pergunta?

Helena: Até duas, se tu quiser!

Maria Tereza: Depois de tudo que aconteceu no acidente, você ter perdido uma perna, os amigos, tu não pensou que talvez tivesse sido melhor morrer também não?- onde essa garota pretende chegar com essa pergunta? Todo mundo olhou assustado pra ela e em seguida todos me olharam, o João segurou minha mão e apertou-a com força

João: Tu sabes que não precisa responder, né?- falou no meu ouvido, mais eu fiz questão de responder

Helena: Olha, eu confesso que pensei nessa hipótese por muitas vezes, mais Deus tem sido tão bom comigo que agora tudo que eu mais quero é viver, principalmente, viver longe de pessoas como você que se preocupam demais com a vida alheia!- todos me olharam com espanto, eu confesso que extrapolei, mais ela também passou dos limites e procurou por essa resposta. Depois do ocorrido durante o jantar eu procurei me manter calada, não estava bem pra nada, só queria chegar em casa, deitar na minha cama e dormir pra esse dia terminar logo de uma vez. Fomos pro local onde aconteceria o comício e eu percebi que, depois da resposta que eu dei na Maria Tereza, o João estava me evitando, então, preferi ficar distante dele, não queria atrapalhar

Larinha: Mainha tá chamando tu pra ir tirar uma foto com eles- me puxou pelo braço assim que os discursos acabaram

Helena: O pedido de tia Simone é uma ordem, né?- ri fraco, me aproximei deles e tiramos várias fotos. [...] Ficamos em Escada até umas dez da noite e depois embarcamos na van rumo á Recife, eu mandei uma mensagem pro meu pai e pedi que ele fosse me buscar no comitê, não tinha clima pra voltar com o João já que nem falando comigo ele estava, acho que se chateou pela resposta que eu dei na Maria Tereza, João não gosta de confusão e eu deveria ter evitado por ele, mais agora já foi, não tem mais o que fazer. Na van, eu sentei ao lado do Rodolfo, antes de desbloquear meu celular vi que havia uma notificação do instagram, cliquei na mesma e era a tia Simone que havia me marcado em uma foto

simonesantanape Escada fazendo historia. Por aqui, somos todos 40! @helena_monteiro

@helena_monteiro Foi uma noite linda, tia! 

Comentei a foto de tia Simone, saí do instagram, bloqueei a tela do celular e joguei o mesmo dentro da minha bolsa

Rodolfo: Tás calada demais, o que foi?- começou á fazer carinho no meu cabelo

Helena: Sei lá, só vontade de chegar em casa mesmo- dei ombros, deitei minha cabeça no ombro dele e fiquei recebendo o carinho do meu amigo. [...] Quando nós chegamos em Recife eu desci da van, me despedi do pessoal e fui procurar meu pai, assim que avistei o mesmo, caminhei em direção ao carro até sentir alguém segurando meu braço, virei pra trás e era o João- Que foi?- fiquei de frente pra ele

João: Espera que eu te levo em casa, não precisa se arretar desse tanto- eu revirei os olhos, tava sem paciência, cansada, com dor e acho que só ele não percebeu isso

Helena: Precisa não, painho já veio me buscar- apontei pro meu pai- Tchau, obrigada e até amanhã- ri fraco, me afastei dele, fui ao encontro do meu pai, entramos no carro e ele deu partida rumo á nossa casa. [...] Assim que cheguei em casa eu tomei um banho relaxante, vesti um pijama quentinho, tomei um remédio pra dor, comi uma sopinha quente, deitei na minha cama e me veio uma saudade da pessoa que eu tenho certeza que largaria tudo, mesmo á essa hora da noite, pra vir ficar do meu lado, Percol. Peguei meu celular, fiquei olhando nossas fotos e foi impossível não chorar, eu sei que pode ser egoísmo da minha parte, mais tudo que eu queria era ele aqui comigo, entrei no instagram e comecei á escrever uma legenda pra uma foto nossa

helena_monteiro Tô com saudade de tu, meu desejo  Ah, se tu soubesse o quanto tens me feito falta, quer dizer, tu bem sabes a falta que me faz. Eu sei que você tá olhando por mim aí de cima, mais hoje eu só queria você aqui, sentir tua presença física, o calor do teu abraço, a calma da tua voz, a paciência dos teus conselhos e ser contagiada pela alegria do teu sorriso. Eu e tu juntinhos, era assim que eu queria estar agora, talvez você tivesse as palavras certas pra me falar, ou talvez desistisse de falar e me desse apenas aquele abraço, que vai ser sempre o melhor. Talvez, tu estejas me mandando seguir, me mostrando como seguir e até seguindo comigo, mais é que essa vida anda tão cheia de incertezas que eu só queria você aqui um tiquinho, só pra me falar que a vida é mesmo incerta, mais que é preciso fazer planos, só pra ver que planos mesmo quem faz é Deus. Um dos planos mais lindos de Dele foi ter te colocado na minha vida. Que esse telegrama chegue bem rápido aí pra tu, visse? Só é mesmo pra lembrar que eu te amo e que a saudade aqui não é brinquedo, mais tu me ensinou á ser forte, á me fingir de forte e seguir. Obrigada, meu anjo! 

Nem li os comentários, saí do instagram, bloqueei a tela do meu celular, coloquei o mesmo pra carregar e não demorei muito pra dormir.

-P.O.V João-

Acordei por volta de uma da manhã com meu celular tocando atendi sem nem olhar quem era

-Ligação on-

João: Alô?

Xxxx: João?- logo reconheci a voz da Letícia

João: Oi, Letícia, aconteceu alguma coisa?- fiquei sentado na cama

Letícia: Aconteceu sim, a Helena tá com febre alta desde umas onze e pouco da noite, nós estamos indo levar ela no hospital, liguei só pra te avisar, a tia Monise que pediu!- quando ela disse meu coração quase parou, como assim? Me deu um aperto no peito só de pensar que eu poderia ter sido mais atento com ela

João: Pra qual hospital, Letícia? Eu tô indo pra lá agora, vou esperar vocês lá!

Letícia: Pro Santa Joana, João

João: Tá, tô indo pra lá! Obrigado por avisar!

-Ligação off-

Encerrei a ligação, levantei da cama, entrei no closet, troquei de roupa rápido, voltei pro quarto, peguei minha carteira, meu celular, a chave do carro, saí do quarto, desci as escadas, fui pra garagem, entrei no carro e dei partida rumo ao hospital Santa Joana. Cheguei no hospital o mais rápido que eu pude, falei o nome da Helena na recepção e ela já havia dado entrada, me identifiquei e depois de muita insistência eles deixaram que eu fosse até o quarto, bati na porta do mesmo e a Letícia que abriu pra mim

João: Como é que ela tá?- entrei aperreado e diminuí meu tom de voz ao perceber que a Helena tava dormindo

Monise: O medico tá suspeitando que seja uma infecção intestinal e cansaço também, ela chegou em casa reclamando de dor de cabeça e depois veio a febre, mais agora tá passando, graças á Deus. Pode ficar tranquilo, João!- veio ao meu encontro e me abraçou, eu desfiz nosso abraço, me aproximei da Helena e fiquei fazendo carinho no rosto da mesma

João: Desculpa, meu amor- falei baixinho, é uma sensação horrível ver a pessoa que você ama mal e não poder fazer nada- Ela vai passar a noite aqui?- olhei pros tios e eles assentiram- Eu fico com ela, podem ir descansar!

Mauro: João, mais amanhã tu viaja cedo!

João: Viajo não, tio, eu só vou sair daqui quando a Helena sair também e só viajo se ela for comigo- ele escondeu o sorriso e depois de muita insistência se convenceram de que eu poderia passar a noite com a Helena. [...] Passei a noite em claro, velando o sono da mulher que eu amo e por volta das seis da manhã eu escutei a voz que sempre me acalma chamando por mim

Helena: João?