João: Que
hospital? O que foi que aconteceu? Como é que ela tá?- perguntei desesperado, cada segundo que ele demorou pra responder, a
minha angustia e o meu desespero aumentava mais
Miguel: Ela tá
inconsciente, não sei a gravidade do que aconteceu, só quando chegarmos no
hospital que vão avalia-la direito e a gente tá indo pro Juscelino Kubitschek, vai pra lá também, por favor- percebi que a voz dele embargou
João: Tá bom, tô
indo praí, cuida dela por mim, não sai do lado dela, por favor!
Miguel: Pode
deixar!
-Ligação off-
Guardei o celular no
bolso e, pra minha sorte, a Letícia vinha vindo ao meu encontro
Letícia: Já rodei
esse aeroporto inteiro e nada dela, João- me
abraçou chorando
João: O Miguel
encontrou a Helena, Letícia- acariciei
os cabelos dela, a mesma desfez nosso abraço
Letícia: Onde que
ela tá? Me fala que ela tá bem, pelo amor de Deus- abaixei a cabeça, minha garganta deu um nó, não consegui falar mais
nada- João- ergueu meu rosto e
segurou o mesmo, com as duas mãos, me obrigando á encará-la- cadê a Helena?
João: A Helena tá
indo pro hospital, e-e-e-e-e-e-ela sofreu um acidente- falei de uma vez, ela me abraçou novamente
Letícia: Pra que
hospital tão levando ela? Como que ela tá?
João: O Miguel tá
indo pro hospital com ela, ele me passou o endereço, bora pra lá?- ajudei-a á me soltar, ela assentiu
Letícia: Será que
é grave? Eu preciso avisar tia Monise e tio Mauro, ai meu Deus- pois a mão na testa
João: Acho melhor
a gente avisar só quando chegar no hospital, porque ainda não sabemos da
gravidade do caso- assentiu- me dê
aqui tua mala e a dela- peguei as malas
das duas, fomos pro estacionamento, desativei o alarme do carro, pus as malas
no bagageiro, entrei no banco do motorista, a Letícia entrou ao meu lado,
colocamos os cintos e eu dei partida rumo ao hospital- Lelê, faz um favor
pra mim?
Letícia: Faço
sim, João, que é?
João: Ligue pra
Tony e pra Douglas, avise que estamos indo pro hospital, peça eles pra irem
encontrar com a gente lá, por favor- ela
ligou e conversou com os dois. Nós chegamos ao hospital, parei o carro no
estacionamento, descemos do mesmo, ativei o alarme e fomos direto pra recepção-
eu gostaria de saber informações da paciente Helena Monteiro, por favor- a moça digitou o nome no computador
Xxxx: Ela deu
entrada agora á pouco, senhor, está na sala de emergência e já vai ser
encaminhada pra realizar alguns exames- assenti-
a emergência é por ali- apontou pro
corredor, eu e a Letícia fomos correndo até lá, encontramos o Miguel andando de
um lado pro outro
João: Como é que
ela tá?- ele parou, encarou-me e
balançou a cabeça negando, eu encostei na parede, fui escorregando pela mesma,
até cair sentado no chão- tudo culpa minha, porque eu fui deixar isso
acontecer, meu Deus? Eu deveria ter cuidado melhor dela
Letícia: Miguel,
os médicos já deram alguma notícia? Como foi esse acidente? Eu tô confusa, a
Helena tava no aeroporto comigo, só se afastou pra ir ao banheiro
Miguel: Os
médicos ainda tão avaliando, mas tudo indica que ela sofreu um traumatismo
craniano, porque levou uma pancada muito forte na cabeça, tá inconsciente e
perdendo muito sangue- respirou fundo- então,
o acidente foi perto do aeroporto, eu vi quando ela se jogou na frente do carro
Letícia: C-c-c-c-c-como
assim se jogou na frente do carro? Não vai me dizer que...- ela não terminou de falar, olhei pro Miguel
e ele assentiu- Meu Deus do céu, João, a Helena tentou se matar- olhou pra mim
João: Tudo por
minha culpa, eu não vou me perdoar nunca se acontecer alguma coisa com a
Helena, ela precisa sair dessa
Miguel: Helena é
forte, João, ela vai sair dessa sim, vamos ter fé- se aproximou de mim, estendeu-me a mão, eu fiz o mesmo e ele apertou
minha mão com força
Krízia: Cadê a
Helena, pelo amor de Deus?- veio
correndo do corredor e o Miguel abraçou-a- fala que ela tá bem, Miguel, por
favor
Tony: Vocês já
tiveram notícias dela?- chegou ali com o
Douglas
Letícia: Nada
ainda, Tony, o que nós sabemos é o que disseram pro Miguel quando ele chegou
aqui com ela
Douglas: E como
foi esse acidente?
Miguel: A Helena
se jogou na frente do carro, não teve como desviar, eu vi tudo- o Douglas balançou a cabeça negando
Krízia: A gente
precisa avisar pros pais dela, antes que eles fiquem sabendo de outra forma,
porque esse acidente tá passando em todos os jornais
Letícia: Gente,
me perdoem, mas eu não tenho coragem de ligar pra eles, eu não consigo- o Tony abraçou-a
João: Eu também
não consigo, é tortura demais pra mim- encarei
o chão
Miguel: Acho
melhor a gente pedir pra alguém ir dar a notícia pessoalmente, por telefone é
pior- deu ombros
João: Vou falar
com Pedro, pedir ele pra ir lá
Letícia: Vou
avisar pro Rodolfo também- eu peguei meu
celular, a Letícia pegou o dela também, desbloqueei a tela do meu, disquei o
número do meu irmão e, no segundo toque, ele atendeu
-Ligação on-
Pedro: Fala,
João!
João: A Helena
sofreu um acidente, Pedro, a gente tá aqui no hospital, ela tá muito mal, cara-
desabei novamente
Pedro: Como
assim, João? Que acidente? Como foi? Ela tá bem? Me fala isso direito, se
acalma
João: Eu não sei
direito como foi, parece que ela se jogou na frente de um carro- minha visão ficou turva só de tentar
imaginar a cena- os médicos ainda não disseram muito, só que ela tá muito
mal, parece que teve traumatismo craniano e tá perdendo muito sangue, eu tô
desesperado, Pedro, eu não posso perder a Helena
Pedro: Ei, não
pode e nem vai perder a Helena, ela é forte demais, vai passar por mais, tá?
Fica calmo, vou organizar algumas coisas aqui e embarco praí no primeiro voo,
não vou te deixar sozinho agora
João: Preciso que
tu faça um favor pra mim, porque eu não vou conseguir
Pedro: Que favor?
João: Vai na casa
de tia Monise e conta pra ela o que aconteceu, ninguém aqui tem condições pra
isso
Pedro: Eu vou
sim, pode ficar tranquilo, tá? Vai me mantendo informado sobre qualquer
novidade
João: Tá bom,
qualquer informação eu te aviso e vem logo pra cá, por favor
Pedro: Fica firme
aí, João, vou praí o mais rápido que conseguir, visse? Fica com Deus, te amo!
-Ligação off-
Meu irmão encerrou a
ligação, eu fiquei encarando nossa foto no papel de parede do meu celular, esse
sorriso que só ela tem
João: Meu Deus,
por favor, salva a mulher da minha vida, não deixa que nada de ruim aconteça
com ela, por favor
Xxxx: Vocês são
os acompanhantes de Helena Monteiro Valadares?- levantei imediatamente e fiquei de frente pro médico
Tony: Qual o
estado dela, doutor?
Xxxx: No momento
é grave, mas estável. Ela sofreu um traumatismo craniano grave, precisa ser
operada o mais rápido possível, acontece que devido á amputação e a quantidade
de sangue que a paciente já perdeu, nós precisamos de, no mínimo, umas cinco
bolsas de sangue do tipo A-, o problema é que tanto o banco de sangue do
hospital, quanto o da cidade, está sem reserva pra esse tipo sanguíneo
Douglas: E agora,
doutor?
Xxxx: Nós só
podemos realizar a cirurgia com essa quantidade de bolsas de sangue no nosso
banco de dados, sem isso, é impossível operarmos a Helena
Letícia: A gente
pode doar, doutor?
Xxxx: Vocês podem
fazer o teste de compatibilidade sim, se forem compatíveis, aí sim, podem doar-
a Letícia assentiu
João: Onde que
ela tá?
Xxxx: Ela tá na
UTI, devido ao estado grave e ao coma- o
Douglas me abraçou- todos vocês vão querer fazer o teste de
compatibilidade?- assentimos- vou
pedir á uma enfermeira pra acompanha-los- assentimos
novamente- meu nome é Carlos Eduardo e eu estou á disposição pra tirar qualquer
dúvida, ok? Licença!- saiu do nosso
campo de visão, nós aguardamos a enfermeira nos chamar e fomos todos fazer o
teste.
Eu não sabia como
contar pra minha mãe sobre o acidente de Helena, muito menos pra tia Monise,
mas precisava fazer isso pelo João. Encerrei a ligação com meu irmão e voltei
pra sala
Renata: Quem era,
filho?- olhou pra mim, ela tava com o
gordinho no colo
Duda: Que cara é
essa, Pedrão?
Pedro: Era o
João, mainha- respirei fundo- ele
ligou pra avisar que a Helena sofreu um acidente
Tomás: Acidente,
Pedro, como assim? Como que ela tá?
Pedro: João não
soube explicar direito como foi, ele tá desesperado lá e parece que a Helena
não tá nada bem, gente- liberei as
lagrimas que havia prendido ao falar com o João
Renata: Meu Deus
do céu, filho, Mauro e Monise já estão sabendo? Bora pra lá, ver se estão
precisando de alguma coisa- levantou do
sofá
Duda: Mainha, me
dê aqui Miguel- levantou-se e pegou
Miguel do colo de minha mãe- vocês vão pra casa de tia Monise e eu fico
aqui com as crianças
Zé: Anão, eu não
quero mais perder ninguém, já basta painho, a Helena não pode morrer também- começou á chorar e o Tomás abraçou ele
Renata: Filho,
olhe aqui pra mim- o Zé encarou-a- nós
não vamos perder ninguém, visse? Confie em Deus e peça á Ele que dê muita força
pra Helena sair dessa, tenha fé, reze muito, não desanime- deu um sorriso sereno pra Zé, como ela consegue manter a calma? Minha
mãe é maravilhosa mesmo- filho?- olhou
pra mim- vamos lá conversar com Mauro e Monise!- assenti
Tomás: Eu vou
ficar aqui com Duda e os meninos, avisem á gente qualquer coisa- eu e minha mãe assentimos, peguei a chave
do meu carro, fomos pra garagem, desativei o alarme, entramos, colocamos nossos
cintos e eu dei partida rumo á casa de tia Monise
Pedro: Mainha, a
senhora acha que Helena sai dessa? Tô com muito medo, de verdade
Renata: Filho,
Helena é jovem, é forte, vamos que confiar que ele vai sair dessa sim e mais
forte do que antes- fez carinho em minha
coxa. Chegamos á casa de tia Monise e encontramos com o Rodolfo, antes mesmo de
entrarmos- Letícia já falo contigo?- abraçou
ele
Rodolfo: Ela
falou que Helena tá muito mal, tia- falou
chorando- Camilo tá vindo pra cá também, mais acho bom a gente entrar logo
e ir contando pra eles- assentimos, eu
toquei a campainha, o portão foi aberto, nós entramos e encontramos os dois no
sofá da sala
Mauro: Que visita
boa, gente- levantou-se cumprimentando a
gente- fiquem á vontade!
Monise: Já sabem
que são de casa, né?- ri fraco
Carla: Dona
Monise, seu Mauro, pelo amor de Deus, tá passando na televisão que a Helena
sofreu um acidente- veio correndo da
cozinha
Monise: Minha
filha, Carlinha? Não é possível, eu falei com ela mais cedo, ela tava voltando
pra cá com a Letícia- riu negando
Pedro: Tia,
infelizmente, a notícia que a Carlinha viu é verdadeira, por isso que nós
viemos aqui, a Helena, realmente, sofreu um acidente
Mauro: Como
assim? Cadê minha filha, Pedro? Como é que ela tá?- levantou do sofá, ficou de frente pra mim e me chacoalhou
Monise: Renata,
me fala que a minha filha tá bem, por favor- abraçou minha mãe, as duas já estavam aos prantos
Rodolfo: O que
nós sabemos ainda é muito complexo, ela tá no JK, em Brasília, mas inconsciente
e com suspeita de traumatismo craniano
Monise: Meu Deus,
Mauro, bora pra Brasília agora, eu quero ver a minha filha, eu quero ficar
perto dela, vamos- agarrou-o chorando
muito, aliás, foi impossível ficar alguém sem chorar naquela sala
Renata: Os
meninos vão com vocês pra Brasília, mas vocês precisam manter a calma, ter fé
em Deus e confiar, o mais Ele fará- abraçou
os dois- Carlinha, vamos comigo arrumar as coisas deles dois e, meninos,
comprem as passagens, providenciem tudo- Rodolfo
e eu assentimos.
[...]
Cá estamos nós, em um
avião, embarcando rumo á Brasília. Estão indo comigo, tia Monise, tio Mauro,
Carlinha, Rodolfo, Camilo, Guta, Cecília e Cristina. Nosso voo está previsto
pra chegar em Brasília ás 11 horas da manhã, as notícias que temos de Helena é
que o quadro é grave, porém estável, ela permanece em coma, precisa passar por
uma cirurgia, mas o banco de sangue do hospital não possui o tipo sanguíneo
dela e ninguém que está em Brasília é compatível, o que atrasa ainda mais a
cirurgia e nossa “corrida” pela vida de Helena
Guta: Espero que
um de nós seja compatível e consiga doar sangue pra Helena, ela precisa disso- encostou a cabeça em meu ombro- tô com
tanto medo de perder a minha amiga, Peu!- eu
segurei sua mão
Pedro: Ela não
vai deixar a gente agora, amor, como mainha diz, vamos ter fé em Deus!- enquanto o avião não decolava, peguei meu
celular, desbloqueei o mesmo, mandei uma mensagem pro João, avisei-o que já
estávamos esperando pra decolar, saí do whats, entrei no instagram e vi que o
Zé havia postado uma foto com a Helena
zcampos11 Hoje, mainha me disse que tu é
consagrada á Nossa Senhora, pediu que eu tivesse fé e esperança. Pediu pra mim
ter confiança. Tô confiante sim, confiante que tu vai sair dessa, que ainda vou
ver esse sorriso, que ainda vamos aprontar muito.
Seja forte, Leninha, vou rezar muito pra você sair dessa
logo. Tô te esperando aqui, hein? Não me decepciona, guerreira! Eu te amo
muito! #ForçaHelena @helena_monteiro
@gabrielpnovaes Que lindo, Zé! Tenho certeza
que ela vai sair dessa! #ForçaHelena
@miguelcoelho40 Ela ainda vai ficar orgulhosa
de ler isso, Zé. Vamos ter fé, Helena vai sair dessa! #ForçaHelena
@eduardaacampos Me fez chorar, Zé! Que lindo e
quanta verdade nessas palavras, nossa Helena vai sair dessa! #ForçaHelena
@fcfamiliacampos Vai dar tudo certo, Zé!
@betoalbuquerque40 Estamos todos na torcida,
inclusive, estou indo agora fazer meu teste de compatibilidade, Zé! Vamos ter
fé e entrar nessa corrente de oração por ela!
Antes de sair do
instagram, também, resolvi postar uma foto com a minha amiga, abri a galeria de
fotos do celular, vi várias fotos nossas e decidi postar uma foto da foto, como
ela disse no dia em que me enviou
peedrocampos Só quero deixar registrado aqui o
quanto te amo e o quanto quero que tu fique bem logo, cunha! Acorda logo e vem
sorrir pra gente, tô chegando. Te amo muito! #ForçaHelena @helena_monteiro
@manudardenne Ainda sem acreditar. Ela vai
ficar bem logo, Peu!
@rafaelsuassuna Vai dar tudo certo, Pedrão!
@rebecaduque Tô aqui numa torcida gigante,
Peu, vai dar tudo certo! Força aí!
@felipecarreras Helena é forte, já deu tudo
certo!
@augustamcarneiro Ela vai ficar bem, meu amor.
Se Deus quiser!
Saí do instagram
porque a aeromoça pediu pra desligarmos os celulares já que iriamos entrar em
processo de decolagem, desliguei o celular, guardei-o e logo nós decolamos rumo
á Brasília.
Os resultados dos
nossos exames saíram e ninguém é compatível com a Helena, o que aumentou ainda
meu desespero, ela precisa dessa doação pra salva, meu Deus e eu não posso
perder a minha Helena, não agora
Letícia: João- tocou meu ombro- vai na lanchonete
comer alguma coisa, você tá o tempo inteiro aqui
João: Eu não vou
sair daqui enquanto a Helena não melhorar, Lelê, enquanto ela não acordar- peguei meu celular e desbloqueei o mesmo, o
Pedro havia enviado uma mensagem avisando que já estavam saindo do Recife
Vitória: A gente
veio assim que soube do acidente, nós queremos doar também- apareceu ali na sala de espera com o Tiago
Iorc e a Ana Clara, eu encarei-os, o Tiago abraçou a Letícia
Tiago: João,
Helena é uma menina forte, ela vai sair dessa, tá? Pode acreditar!- assenti, a Ana Clara sentou ao meu lado,
segurou minha mão e ficou fazendo carinho na mesma
Ana Clara: Tua
menina vai ficar bem, confia- apertou
minha mão
Miguel: Vocês
querem fazer o teste de compatibilidade?- os
três assentiram- eu levo vocês lá, bora!- saiu da sala de espera com eles
Carlos Eduardo: Bom
dia- levantei rapidamente- nós vamos
liberar algumas visitas, um de cada vez, pode ser?- assentimos, ele explicou como deveríamos proceder, entramos em um
acordo e eu fui o primeiro á entrar pra ver a Helena
João: Meu amor,
por que tu tinha que fazer isso comigo? Eu tô com tanto medo de te perder, não
faz isso comigo, por favor- segurei a
mão dela- eu prometo que não vou sair do teu lado, nunca mais, tu só
precisa me perdoar e voltar pra mim. Eu te amo muito!- saí da UTI aos prantos, a Letícia me abraçou e em seguida foi a vez
dela entrar pra ver a Helena
Tiago: O
resultado dos nossos exames já ficou pronto e nós somos compatíveis, o tipo sanguíneo
da Helena é muito raro, nossa esperança é que os pais dela possam doar
João: Eu não sei
o mais que fazer, tô desesperado, porque é tudo culpa minha- voltei á chorar- eu nunca deveria ter saído
do lado dela
Miguel: João,
agora não adianta tu se culpar, você precisa ser forte e ajudar a Helena, só
isso
Vitória: Acho que
vou postar no instagram pras nossas fãs de Brasília virem fazer o teste,
afinal, são cinco bolsas de sangue, uma pessoa só não vai conseguir doar tudo
sozinha- pegou o celular dela e eu
assenti
Tiago: Boa ideia,
Vit, vou fazer isso também- todo mundo
concordou em fazer o mesmo, nos sentamos ali, pegamos nossos celulares, eu abri
minha galeria de fotos, escolhi uma foto nossa e comecei á escrever
joaocamposoficial “Se Deus fez outra de você,
tá decorando a casa Dele, Ele não vai deixar descer, é uma minha e a outra dele.” Escutei essa música á alguns dias atrás e
ainda nem deu tempo cantar ela pra tu, temos tanta coisa pra fazer, tanto amor
pra viver, tanta história pra escrevermos juntos. Eu não posso ficar sem o teu
sorriso agora, não vou conseguir ter que aprender á viver sem você, portanto,
fique bem logo e volte pra mim, tás entendendo? Eu não sei existir se tu não
tiver ao meu lado. Lute muito pela tua vida, meu amor, que eu tô aqui do teu
lado, segurando a tua mão, lutando pra ser forte por mim e por tu. Tu é o amor
da minha vida, fica aqui comigo!
Galera de Brasília, a Helen tá precisando de doação de
sangue, do tipo A-, quem puder vir ao JK fazer o teste de compatibilidade, nós
seremos muito gratos. #ForçaHelena @helena_monteiro
Não li os
comentários, atualizei o feed do instagram e logo vi a postagem da Vitória
vitfalcao Ainda bem que deu tempo de chamar
pra subir ao palco, ainda bem que deu tempo te ver sorrir, ainda bem que deu
tempo te conhecer e me encantar por tu. Ainda bem que deu tempo, passarinha! Só
que eu quero mais, quero viver muito mais ao teu lado, sentir muito mais tua
energia, dividir muito mais sorrisos, escrever mais capítulos dessa história e
poder dividir mais um milhão desses abraços. Posso tá sendo egoísta? Sei que
sim, mas acontece que eu quero mais. Pronto, tá decidido, nós vamos VIVER muito
mais ainda, visse? (como tu costuma falar). “Em mel e girassóis te peço, só te
peço, fica, fica, fica...me queira e queira ficar.”
Pessoal de Brasília, quem for portador do sangue A-, por
favor, venham ao hospital JK fazer sua doação, a vida da Helena depende disso. Desde
já, gratidão á todo mundo que eu sei que vai vir doar! #ForçaHelena @helena_monteiro
[...]
Depois das nossas
postagens, apareceram varias pessoas pra doar, mas nenhuma delas tinha o tipo sanguíneo
da Helena. Os tios chegaram ao hospital com meu irmão, minha cunhada, o
Rodolfo, a Cecília, o Camilo e a Cristina, aí foi que eu chorei mesmo
João: Tia, me
perdoa, a culpa foi toda minha- abracei-a
chorando
Monise: João, tu
não tens culpa de nada, meu filho, ela vai sair dessa, vamos ter fé- apertou-me ainda mais no abraço- será
que eles vão me deixar ver minha filha agora?
Miguel: Vou falar
com o medico, avisar que vocês chegaram agora, pedir ele pra abrir essa
exceção, tá?- eles assentiram e os três
foram conversar com o medico
Rodolfo: João e
Letícia, bora na lanchonete fazer um lanche, pelo que eu conheço de vocês dois,
tão á horas sem comer- abraçou a Letícia
João: Eu tô sem
fome, vou ficar por aqui mesmo- dei
ombros
Guta: Nem pensar
nisso, João, vai com a gente e vai comer sim, nem que seja só um pouquinho- foi me empurrando pra lanchonete, eu sentei
em uma cadeira e ela foi pedir meu lanche, logo percebi alguém sentando de
frente pra mim, era a Lorena
Lorena: Eu fiquei
sabendo o que aconteceu, como que ela tá?
Letícia: O QUE É
ESSA MENINA TÁ FAZENDO AQUI? A CULPA DA
HELENA TÁ DESSE JEITO É TODA SUA, SAI DAQUI- gritou ao perceber a presença da Lorena e partiu pra cima dela, eu
fiquei sem reação alguma